Por Karine Rizzardi

A fofoca tem o poder de contaminar relacionamentos. Seu efeito pode ser destruidor no ambiente de trabalho, pode acabar com boas amizades e até de separar familiares, mas a ênfase que gostaria de dar a esta matéria, é saber como você se posiciona quando está em um grupo onde todos estão “falando mal” de uma determinada pessoa.

Há perfis diferentes de personalidades. Para aqueles que querem se autoafirmar tendem a entrar na dança da fofoca e chegam a contar uma história que fortalece ainda mais o cunho da conversa. “O João sempre aumenta o rabo do peixe. Ele vive contando vantagens das histórias, como se ele fosse o cara”. Neste caso, a pessoa ouve a conversa e complementa: “Pois é, a última dele você não sabe. Você acredita ele falou pra todo mundo que….”.

Outras pessoas não vêem problema nenhum entrar na onda e soltar umas piadinhas. E de fato não há, quando se estão fazendo algumas brincadeiras, mas tudo depende da motivação de quem fala. Exemplo: Um marido que faz um comentário sincero sobre o corpo da vizinha. A mulher ouve e com sua inveja camuflada, comenta: “É verdade, mas ela deu uma engordadinha nesses últimos meses.” Outro exemplo é quando homens estão falando que o fulando está se dando muito bem nos negócios e que até trocou de carro. Nisso entra a conversa de outro invejoso camuflado que diz: “Pois é, mas ele só está bem, porque seu sogro deu uma ajudinha”. Neste caso, por que não dizer: “É verdade. Ele está se dando muito bem mesmo”. Comentários dolosos assim, escondem uma insatisfação consigo mesmo e auxilia a pessoa a não entrar em contato com suas angústias. Traduzindo: É mais fácil eu criticar o motivo que está fazendo o outro enriquecer, do que eu reconhecer a mim mesmo que eu não estou enriquecendo.

Pare para perceber: Cada vez que você observa mais e fala menos, você percebe que aquele que mais fala mal dos outros é sempre o menos resolvido e o mais inseguro. Quem se sente inferior precisa distrair os outros com comentários denegrindo a imagem das pessoas, para não dar tempo que percebam suas próprias imperfeições.

É por isso que lhe lanço um desafio: Se posicione diferente da próxima vez que você ver pessoas falando mal de alguém. Aponte qualidades da pessoa, tente justificar bondosamente suas ações ou então fique quieto, mas não dê conversa para burburinhos. Não faça isso para ser reconhecido, nem porque é elegante, mas simplesmente aja diferente.

As pessoas tem um padrão de se comportar que chega a cansar, pois falar mal do outro é sempre o assunto preferido…. Idéias vazias, comentários efêmeros… Tente ser diferente e se posicione em lugares como em uma conversa de salão, um happy our com os amigos, o almoço do domingo com a família.

Abra sua boca para falar coisas que acrescentem a vida dos outros. Tenha em mente de fazer com que as pessoas que conversam com você saiam edificadas e pare de perder tempo com comentários que não ajudarão acrescentar na vida de ninguém, até porque, amanhã ou depois, poderá ser você um alvo de fofoca.

A autora é psicóloga especialista de casais e família
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